segunda-feira, fevereiro 15

Súplicas



Tenho sonhado contigo toda a vida, bem antes de te conhecer
Nos crepúsculos a promessa da tua vinda que abrandou a dor
Ao despertar a minha boca recendia do teu doce gosto de mel
Conheci a melodia fugaz de teu corpo antes do primeiro olhar

O amor que trespassa meu peito é o mesmo que me alimenta
Não o vês? Que nestes meus apelos reside uma paixão febril
Embotada pela esquivança a que me relegas quando demoras
E isso representa tempos de angústia no horizonte próximo

Onde estarão os ouvidos que compreendem minhas súplicas
Sempre que a noite vem e me encontra deserto e abandonado
Para dizer-lhes da indiferença do mundo por nossos anseios
Os olhos molhados como um menino a queixar-se a sua mãe

Se ao buscar por ti, não te encontro, a solidão me despedaça
O que fora um ingênuo sonho se torna um cérebro em agonia
Será não compreendes que o amor que tenho é um labirinto?
Nele meu coração se envolve túmido da fome que sente de ti

Quando não estás assoma a melancolia e a esperança se esvai
A mim só cabe a espera infinita como pária na noite solitária
Uma vida que teima ir adiante em busca nem se sabe de quê
E o que me resta, pela janela na rua vazia, é o ladrar dos cães

Nunca olvides. És minha Pátria, meu pão, minha paz, meu amor.

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