quinta-feira, janeiro 17

Para Lana Lange




Nunca te imaginei tão covarde
Nem considerando que um dia o fui
Mas não tão covarde assim.
Todos têm medo, não é isso.
Mas tem medo do mal, não do bem
Tiveste medo do que viste
As pessoas nos admirando
De nos olharem como ‘casal 20’
Nas tuas próprias palavras
Abri mão do desejo de te ter ao meu lado
Para ter tua amizade, mas foste covarde
E mesmo isso me negaste
Nunca te imaginei tão ingrata
E isso nunca o fui.
Mas nem Séneca ao escrever a Lucílio,
Poderia imaginar algo assim
Ao teu pedido de socorro atendi
De peito aberto, sem nada esperar
Coloquei-me em risco de ficar só
Mas estive ao teu lado, te amparei
Amparei tua cria e curei a ela e a ti
Empreguei ‘tudo’ que sei para teu conforto
Para tua segurança e bem-estar.
Sempre me soubestes um bruxo
De recursos inusitados
Porque te fizeste de ofendida
Porque andei pela noite para te proteger?
Queria dizer que te odeio,
Mas ao consultar meu coração
Descobri que te desprezo
E que não lembro mais de ti
Só hoje, como data comemorativa
Lembrei
Que és covarde
És ingrata
Um único dia para lembrar
Da tua covardia, tua ingratidão
E agradecer afinal
Por estares longe
Por jamais precisar te dizer mais nada
Por todo o resto da vida
Para finalizar, resta
Agradecer pela tua ingratidão
Além do ingrato não ser eu
Pois assim sei que minha recompensa
Me espera, ainda, em algum lugar, melhor que você.
Sem brilho? Ora, há coisas piores!

Nenhum comentário:

Postar um comentário