quinta-feira, janeiro 17

Poema



Gostaria tanto de te pedir aquilo que não posso
Aquilo a que não tenho direito
E que me aflige em horas várias
De matinais a noturnas
De calmaria e de tempestade
De sono e de vigília
De chuva que cai na janela
E de lua que ilumina os montes ao meu redor

Como me é impossível saciar essa vontade
De ser algo mais que uma doce memória diária
Que desaparece em meio ao labor
E a rotina de teu dia
Em meio a tuas paixões diárias
Que me roem por dentro
Em gritos que não devem ser expressados
Senão nestes versos sufocados
Me tornando como o éter que se esvai
Mas deixa no ar seu rastro de aroma
Que entorpece os sentidos

Assim como única solução
Deixo-me cair no profundo sono
Pois aí
No meio de meus sonhos,
Não me negas nada que eu deseje ou precise
E que um dia a vida me tomou
E continua me tomando
Devido ao fato de que a ampulheta do tempo
Virando e revirando
Faz pagar a todos que a subestimam

Me resta a chuva na janela
Com sua simplicidade
Que não cobra nada de nenhum amor
Esvaído pelo vento
Que corre pelos trigais
Outrora dourados
E agora ceifados.


                                     Por  Lana Lange

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