Remoo meus vocábulos na construção de poemas
Tal qual as ovelhas ruminam nas horas de
insônia
Uma a uma a saltar as cercas das noites de
sereno
Que de meu leito pastoreio na busca das
palavras
Esculpo imagens de uma outra amada imaginária
A fim de calar as feridas gretadas pelo
abandono
Desenho no ar mãos transparentes a me acariciar
Invento o calor a me abrigar neste frio de
inverno
Indago aos seres noturnos a razão desta
amargura
Meu pensamento vagueia em busca
das respostas
Porém nada é real além desta dor mística e
antiga
Que rompeu os parâmetros que impunha a aliança
Onde amanhou o desamor todas as rosas morreram
Legiões de demônios nutrem a teoria da
suposição
Que nega o aconchego e celebra o fragor da
solidão
Causando a mortificação nesta fria e dolorosa
vida
Perdeu-se no tempo o ímpeto avassalador da
paixão
Para nos afundarmos exauridos na ausência da
alma
Distantes do leito em que se viveu grandes
emoções
Por viveres em uma realidade desigual na sua
mente
Meus versos são consumidos nas dobras da agonia
Não mais crepitam ou fremem como o fogo da
carne
Apenas acendem o grito da fome por um dia
melhor
Tão longínquo tal qual revelação que não
aconteceu
Nenhum comentário:
Postar um comentário