Há
tantas coisas que me movem a pensar em quem
eu realmente sou
Sou
o estranho que não esconde sua tristeza nos véus da hipocrisia
E
nem por sonho me isento dos defeitos
que mostro a quem convivo
Mas
sou sincero e afetuoso e na tua dor e necessidade estarei aqui
Sou
aquele que carrega em si medos, inconstâncias, fúria e negação
Possuo
complexos que as agruras da vida insculpiram fundo em mim
Mas tenho em mim o amor que te faz
jovem e leva a secretos paraísos
Vive
em mim a angústia, qual o som de sinos de tempos imemoriáveis
Tempos outros que sonhava com a ilusão que a vida um dia seria feliz
De fato, deixei passar os verões e primaveras, vieram
outonos e nada
Logo chega o inverno que a
tudo destrói, que é a própria
melancolia
E sou a ave que não migrou ao fim da estação em busca da felicidade
Porque
acreditei quando acenaste, que esta vez podia ser diferente
Mas
os dias passaram, me abandonaste, por certo,
com toda justiça
Ou
justificativas que puderes encontrar, no meu jeito errado de ser
Porque
decidi ignorar que todos têm suas próprias
histerias e dores
E quando
elas clamarem não serão as suas lágrimas
as que importarão
Ninguém
fará o que tu precisas, mas o que creem
que devias precisar
O luar
some detrás das gotas de vapor que fazem as nuvens cerradas
Como
tuas virtudes e valores sumirão ao longo do tempo de convívio
De
nada adiantará tua gentileza e teus agrados, serão sempre pouco
Teus defeitos serão enormes e
nada que acertares a eles se
sobreporão
Se
não fores exatamente o esperam que sejas, ainda
que não sejas tu
Teu
poema deixará de ter rima que infundia
admiração nos corações
Para
ser a folha em branco como a flor que, sem ter água, murchou
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