terça-feira, julho 7

Vinho


A cor rubi do vinho enternece a noite em seu céu de veludo
Entre caminhos que exercitam a lonjura de tudo nestes dias
Tempos de pó, pedra e distâncias, de viver o inverno interior
Que já não se escuta aquela criança de um passado distante
Porém, eis que vem a mim, este tolo incorrigível, uma espera
Como fosse uma fome insondável ou um desejo descomedido
Do que nem bem sei, apesar da certeza concreta dessa falta
Um tanto opressiva, tal qual ao anseio de escrever um poema
Qual aquele som desigual e ao mesmo tempo deveras familiar
Que vem ao anoitecer dos verões, dos pássaros contra o céu
Surgindo entre os trovões escorreitos na chuva de memórias
Os planos da beleza é o que irrompe entre os gritos inauditos
Mas a dor, os sentidos se desgovernam e restam despertados
Sob uma chuva de liberdade narram antigos contos de cordel
Sigo inconformado sem as cores do jardim a esperar setembro
Nas cartas do destino, vê-se anunciar a vinda do novo tempo
Pondo fim às cinzas de auroras passadas qual fênix a renascer

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