terça-feira, julho 27

Segredo

 A noite se fez em cinzas sobre as nuvens

O dia azul puro naquela manhã, sem garras

Com a doçura da simetria lenta e selvagem

O inverno germinou em meio ao silêncio

Um áspero silêncio é o consolo esperado

Das fotos amareladas dos sinos infância

Derramando lágrimas entre maçãs sonolentas

Pelos círculos selvagens e noturnos

Oh, que visão! O fogo está de luto

A neve bate nas ramas como mar de sal

Na sombra extravagante do oblívio

Ele sabe que a fúria é o outro lado do som

Que a areia ferida sangra a terra abaixo

Os trovões e seus cantos assustadores

São escravos noticiando o vazio da chuva

Eu sei! Porque de tristeza, dançam

Eu sei... dessa amargura vertical

No espanto do alfabeto derretido

Que torna o poema imprevisível

Impossível e gentil no segredo que guarda

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