quarta-feira, agosto 18

Morrer de Amar

 Porque por vezes me dás essa sensação de abandono, que te falta?

Sei eu não espelho a perfeição, nem perto disso, nem o que espero

Eu queria aprender a velejar nas tuas leis, mas não te compreendo

É sempre esse silêncio em que só tu que falas, mas não me escutas

Permaneces distante mesmo presente, chegas no corpo não a alma

Mesmo que eu me reparta em tantos não me entendes em nenhum

Tenho um pomar nos meus versos, delicados tal o pêssego maduro

Intensos qual o rubro das amoras, doce como as cerejas que colhi

Por vezes, reconheço, azedos qual o maracujá e ainda são só teus

Mas é a tua ausência o caderno onde escrevo os poemas noturnos

Enquanto as flores fecham suas pétalas e reservam seus perfumes

Nessa longa espera, até que o novo dia e outra espera amanheçam

Cada manhã eu renasço na esperança que ao chegar venhas a mim

Pois a paixão mora em mim, bem fundo em meu coração alucinado

Dessa minha adolescência tardia, que fiz só para estar ao teu lado

Descansa esse lado pedra, que te quero flor, para regar não colher

Tira das costas o peso de ficar em guarda, eu me inventei só prá ti

Depois vem, que tenho fome de amor, corpo e alma, vamos brincar

Correr pelas campinas, de mãos dadas, deitar na relva e apenas rir

Seguir pelo rio, rumo ao mar onde, enfim, eu possa morrer de amar

 

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