quarta-feira, julho 20

Morrer de Amor



Quanto silêncio existe entre estas paredes na geografia deste abandono
Quantos dias se fazem cinzas como outono neste frio ao sul do equador
Como não permanecer quedado e tão só nos braços tristes do desespero
Como recompor a esperança somente a partir da dor de amar à distância
Onde foram os horizontes iluminados e os perfumes trazidos pelo vento
Aonde estará o ruído das ondas e a eloquência do aconchego vespertino
Qual a fronteira quer o destino enquanto teu nome me escorre pela alma
Quiçá no poema nunca possa te chamar de minha pois não me pertences
Mas sempre estarei aqui, mesmo que só para te saudar cheio de saudade
Até a noite me alcançar na loucura de sentir teu cheiro naquilo que visto
Nunca serei teu símbolo maduro pois não se amarra a vida com palavras
Assim serei em ti apenas um segredo, uma breve passagem no teu corpo
Não terás nunca minha tristeza para depositar na gaveta entre calcinhas
Isso não te dou. Leva contigo as mãos dadas, os abraços, também os beijos
Não chora comigo, porque amanhã depois de tua partida posso renascer
Tive um dia para sentir tua presença e o resto vida para morrer de amor.

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