Quando aqui cheguei trouxe um caderno em branco dentro
de mim
Nele escrevi meus versos sem rima e todos os signos inexplicados
Quais me deparei pelo caminho, entre flores, perfumes e espinhos
Nele escrevi meus versos sem rima e todos os signos inexplicados
Quais me deparei pelo caminho, entre flores, perfumes e espinhos
Onde fui tocado por dores de tantas
sinas, segredos inconfessados
Clamando a
rasgar o peito para espalhar os sonhos sobre meus dias
Na vida cheia
de medos revisitados, linhas que quedaram borradas
Cântico onírico interrompido
pelo frio do concreto e aço cotidianos
Ah, tantas páginas ainda restam inéditas, pensamentos impublicáveis
Teria sido por minha vontade ou esse tal destino que ditou a direção
Ah, tantas páginas ainda restam inéditas, pensamentos impublicáveis
Teria sido por minha vontade ou esse tal destino que ditou a direção
Haverá páginas escritas em
tinta invisível que o tempo vai revelando?
Ou as faço, traço a traço, cada
uma o espelho de minha imperfeição
Aprendendo
a cada erro, celebrando cada acerto, cada frase um hino
Mas de tanta angústia um dia
há de bastar, será único e memorável
Vou bater na tua porta, escrever errado em linhas
mais tortas ainda
Um destes poemas sem pés e sem
cabeça enquanto restarem folhas
No livro de poemas de nós
mesmos, letras vivas na forma de contos
Dir-te-ei do que vi no mundo
correndo livre pelas pontes sobre rios
Mas esconderei as cicatrizes de quando as pontes já não estavam lá
Mas esconderei as cicatrizes de quando as pontes já não estavam lá
Vou atropelar a fala ao contar
o que inspirou e me fez vivo, na pele
Confesso que doeu, mas livrou do ultraje de andar na
vida sem viver
Sei que o tempo passa e os dias
se somam, mas não os guardo em mim
Caminho pelo mundo, à sombra
dos narcisos, a buscar novos verbos
Escrevo por necessidade quando meu deserto interior
me determina
Sou esse, faço sem olhar, não para enfezar os
traiçoeiros de plantão
Na poesia reside o catalizador da metamorfose, a
magia dos sentidos
Que faz de sair do caminho, assim,
só para beijar uma flor mais bonita
Exatamente assim: " Ah, tantas páginas ainda restam inéditas, pensamentos impublicáveis"...
ResponderExcluirE o maravilhoso de tudo isso, é exercermos do livre-arbítrio para re/escrevê-la de forma simples, amorosa e digna.
Gostei demais desse poema.