Hoje, nestes dias de reflexão, a melancolia faz-se
presente
Ela faz escrever um poema duro, dos que brotam lágrimas
Desenhadas nos pergaminhos das memórias mais distantes
Sem tangentes
para fugir, a corrente tem os elos corroídos
Esquecerei
que envelheço, até chegar o dia trágico da morte
Inefável e
necessariamente, para dar fim ao trem do existir
Onde um dia
frutificou a poesia, a pretexto do meu existir
Será a pena
calada a buscar no infinito um resto de abraço
Vejo olhares
sem brilho, já não refletem as linhas borradas
Nos túmulos
do desterro jaz a dor que fez morada em mim
Para lembrar
a necessidade de um olhar novo, mais astuto
Assim centrar
a vida no seu lugar e refazer tudo no jardim
Vejo da
janela, cortinas brancas, o curso à beira as falésias
É tudo tão sublime,
expressão do divino nas letras da vida
Onde o
tinteiro de orgulho das pessoas jamais irá escrever
Não tem
valor aquela corrente de verbos sem sensibilidade
É vital ter liberdade
de espírito, exprimir o que vai na alma
O poeta não
deve almejar o triunfo do retumbar do aplauso
Ter inteligência emocional é ouvir os ecos dos que o amam
Ser feliz como criança e suas bolinhas de sabão reluzentes
Ter inteligência emocional é ouvir os ecos dos que o amam
Ser feliz como criança e suas bolinhas de sabão reluzentes
Apostar,
distraído, na sorte, pois a única certeza é da morte
Quando olho nos
reflexos de outrora, vejo apenas sombras
O silêncio já
foi o meu melhor refúgio num canto qualquer
Minha fala
era escrever para ocultar meu o olhar de sangue
Hoje, amenizado, anseio as chuvas de pétalas pluricoloridas
Hoje, amenizado, anseio as chuvas de pétalas pluricoloridas
Exercitei um
sorriso largo entre as estrelas com maior brilho
Abandonei a tristeza que congelou meu peito a cada partida
Abandonei a tristeza que congelou meu peito a cada partida
Primordialmente,
prosseguir junto de tudo que me complete
Sem olhares gélidos, dizer não ao que tirou o melhor da vida
Sem olhares gélidos, dizer não ao que tirou o melhor da vida
Dar adeus,
sem olhar para trás, aos dias cobertos de lágrimas
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