domingo, fevereiro 25

Contrapontos



Para confrontar toda certeza dos círculos do belo entendimento
A mente inaugura ensimesmada universos de luz com tal esmero
Mesmo dentro do escuro de uma caverna, nas sombras e silêncio
E as cenas brotam plenas das imagens de todas suas experiências
Condensa, do nada, formas do real e as alinha paralelas ao tempo
Arma uma teia de amplas aberturas para que só a imagem escape
Um paradoxo no qual as ideias em feixe formam uma só verdade
Desse ensaio de inusitada lógica extrai-se dois polos antagônicos
Fatos que não se subjugam aos episódios comuns, nem são ficção
Que se inscrevem análogas a figuras de sonho, mas se reinventam
Para desaparecer no instante seguinte qual ancestrais cintilações
Os corpos se expandem em linhas retas até onde o fôlego permite
Ao ponto de luz se subtrai da própria essência até restar nenhum
Nem a noite desdobrada capta o conceito que reside no princípio
Esparze as sombras e ausências, abreviando as dores e cicatrizes
Enquanto vai reinar majestoso, profundo, liderando toda rebeldia
Para integrar todo ponto obscuro e transmutar a pedra em sonho
A tudo condensa e aproxima a voz, faz insignificante a distância
Será que vosso cego entendimento ainda não teria se dado conta
De que falo do amor, expresso na conjugação maior, razão do ser?

Um comentário:

  1. Relendo seus poemas, percebo a profundidade de sua alma...
    Doce, gentil...
    Como e bom rele-los.

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