sexta-feira, julho 20

Imaginário


Falo do que sei, há tanto não sei, falo de um eu tangente
Falo de florestas verbais escrevo em torrentes íngremes
Minha retórica que se criou em tantas esperas tateantes
Há alguns vazios escuros na memória e nos sentimentos
Quando eles se recusam a discernir o real e o imaginário
Não é simples estabelecer os limites entre o ser e a treva
Adentra-se nos abismos que recusam a olvidar a sombra
E a sombra povoa os espaços, trazendo a voz do interior
Enquanto o corpo procura a liberdade sendo o seu algoz
Nunca espere que se elevem da solidão quaisquer frutos
A forma do real por vezes se conjuga com o pensamento
Nessa extensão atravessa todos os espaços e dimensões
Sabemos que só existem as sombras quando existe a luz
Ambas se conectam e se limitam na sua própria essência
E o ser é o espelho que vai projetar luz e sombra aos fatos
Toda a natureza se compõe de fatos do éter à quintessência
Pois, a verdade dos fatos terá a forma que lhe der a mente
O sagrado é o que há além do real, da verdade e da mente
Move-se no ar supra dos concertos de que se desvencilha
Acima de todas as aparências, no espaço do belo e da paz
O poema é a voz que colheu seu segredo na luz do vórtice
Colheu a verdade na fonte, senda do belo, da paz e do real


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