Vem e revoga todas e únicas ideias noturnas reinventadas
Declara
que esta é a máxima culpa de alguém que exercita
O
traço do exílio destes versos retraídos na ponta do lápis
Não
os verás reféns da rima, a lápide dos escritos do vazio
Vem
e nega as ofertas de outras vidas com o olhar no chão
Desdiz do mérito, nega a magia que um dia parou o tempo
A
garoa que pairava suspensa, diz que era o sonho de tolos
Nada
além de mero conto apelativo a entreter desavisados
Vem e cala à vista de todas aflições derramadas no poema
Na
boca jaz este paladar mudo, amargo e preso que se cala
Elege
o silêncio, que é a lâmina que corta e sangra na carne
Fruto
do que os ‘cultos’ dizem ser pecado, mas é a salvação
Vem e toma da água que um dia distante juraste não beber
Pois
é melhor que o lodo que preenche o vazio de teus dias
Alega
que percebes o que seja o exercício da reciprocidade
Embora teus atos nulos e desiguais digam à evidência que não
Vem e conserva mesmo às lascas da tua pobre e reles verve
Para
o desgosto de tua torpe conclusão tão distante do real
Olha
adiante por onde vão as chuvas e a lição deste arbítrio
Se faz de escolhas peculiares, de sombras e atos irretratáveis
Vem
e vê que já não me quedo à alçada desses teus absurdos
Que em verdade nem mais estou aqui, entretanto tão audaz
A criar versos, não teus, porém, das minhas rédeas e
quedas
É
pouco mas é o preço das tuas escolhas e te sirva de troféu
Vem e me empurra cada vez mais distante: eu jamais o farei
Nada
me fará parar que não seja à vontade livre e derradeira
Todo
dia, meu poema se afasta das tragédias fúteis e criadas
Nos prostíbulos onde quem nunca amou, quer falar de amor
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