quarta-feira, setembro 19

Lírico


Na alma do poeta há algo em permanente metamorfose
Olha um mundo distante montado em um cavalo alado
Cavalgando rumo ao horizonte sob o céu de mil luares
Para contar as estórias estranhas que ouviu dos peixes
Sonhar estrelas nas nascentes, do fio das águas ao mar
Movimentar-se meio às nuvens que trazem o temporal
Na emoção em movimento, brisa que ondula os trigais
Conquistar de mãos vazias o topo da montanha e sentir
Perder a referência de discernir entre a razão e emoção
Cumprir todas as promessas e mostrar-se vivo de novo
Ser tomado pelas mãos, tal filho legítimo da mãe terra
Rebrotado nas vozes silenciadas pelas curvas do tempo
Somente para saber aonde acaba toda ilusão e crer que
O amor renasce ao som dos poemas gravados em pedra
Do perfume das flores, de pequenos pedaços de cristal
E, afinal extrair dos campos meu eu mais lírico e doce
Na dor de parir o verso e descobrir o sentido de existir
Reunir todas palavras, mas nunca usar a palavra adeus

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