Na alma do poeta há algo em
permanente metamorfose
Olha um mundo distante montado em um cavalo alado
Cavalgando rumo
ao horizonte sob o céu de mil luares
Para contar as estórias estranhas
que ouviu dos peixes
Sonhar estrelas nas nascentes, do
fio das águas ao mar
Movimentar-se
meio às nuvens que trazem o temporal
Na emoção
em movimento, brisa que ondula os trigais
Conquistar de mãos vazias o topo
da montanha e sentir
Perder a referência de discernir entre a razão e
emoção
Cumprir
todas as promessas e mostrar-se vivo de novo
Ser tomado
pelas mãos, tal filho legítimo da mãe terra
Rebrotado nas vozes silenciadas
pelas curvas do tempo
Somente para saber aonde acaba
toda ilusão e crer que
O amor renasce
ao som dos poemas gravados em pedra
Do perfume das flores, de pequenos pedaços de cristal
E, afinal extrair dos
campos meu eu mais lírico e doce
Na dor de
parir o verso e descobrir o sentido de existir
Reunir todas
palavras, mas nunca usar a palavra adeus
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