segunda-feira, setembro 21

Violetas na Janela

 

Ó vinho ergo-te na taça calorosamente em brinde

Meu coração, este fardo aflito, me dói, mas feliz

Nem um minuto faz de tua partida, já és saudade

Trama melodiosa de meus sentidos, sombras nuas

Tua cor rubi que preenche os espaços até a borda

O aroma do incenso flutua pelo ar a que perfuma

As violetas e outras flores anunciam a primavera

Minha porção alada nas espirais do desconhecido

E tu diz-me tão radiante: hoje quero voar contigo

Manchar a tua boca com a cor púrpura da minha

E te digo musa minha cantarei as estações para ti

Perfumarei o teu corpo com exóticos almíscares

Nosso amor não nasceu para morrer sob este céu

A noite se aproxima e já ouço essa voz conhecida

Que antecipa tua chegada como se fosse melodia

Janelas abertas por onde se esvai a minha solidão

Para além da campina, dos riachos, meu devaneio

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário