domingo, abril 24

Fantasmas

 Sim, eu vejo fantasmas a bailar na minha frente
Na noite luminosa guarda marcas do calor solar
Imagens invulgares são espectros diante de mim
E lá estava eu olhando os trens na velha estação
Os tantos rostos comuns, tão iguais na multidão
O apito toca, é hora de partir, hora dos abraços

Sim eu vejo fantasmas e alguns nem são mortos
Vejo, como fosse um zíper, os trilhos lá adiante
Para juntar duas partes, qual éramos você e eu
Juntos em uma só vida, mas esse trem já partiu
Eu chamei pelo teu nome, mas já não estavas lá
Nos perdemos na distância que abriu entre nós

Sim eu vejo fantasmas, rápidos a me assombrar
Vindos de um passado sem mapa para retornar
Na poeira dos meus sonhos, minha cabeça gira
Na procura da doce mulher que costumavas ser
Breve se foi qual a pétala que o vento assoprou
E flutuando na luz da lua, se foi para não voltar

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