segunda-feira, fevereiro 7

Amargura

 Sua pele era muito clara, não pálida, mas delicada

Seus cabelos dourados, aéreos, caiam aos ombros

Olhos de esmeraldas entre lágrimas, eram ternura

Seus olhos semiabertos, se faziam luzir de volúpia

Quando me olhava de lado fingindo-se de zangada

Cruzava os braços e os seios afloravam no decote

Era qual delírio, raros instantes em suave martírio

À espera de beijar seus lábios vermelhos de desejo

Trêmulos ao tocar os meus qual um coro angelical

Porém a verdade deve ir além de todas aparências

Agora é só silêncio de morte, só tristeza e solidão

Brutalmente desperto de um sonho, fria realidade

Tudo que restou, está tão somente em meus olhos

Toquei teus lábios, descobri que estavam tão frios

Nosso abraço não tinha teus braços a minha volta

Nada mais existe além de meu incessante desvario

Teu olhar, indiferente e fixo no vazio, é tão outro

Apesar do tempo presente, tudo ficou no passado

Na minh’alma de poeta, só ficaram raízes inférteis

Cicatriz que perdurará, noite a noite, hora a hora

O que sonhei ventura, nunca passará de amargura

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