Se escrever é fazer mágica, sou um mago; se for transformar, sou alquimista; se for dominar mistérios, então sou bruxo. Vim transmutar sentimentos em palavras e vice-versa. Os poemas falam de imagens, sentimentos e sonhos. Tudo se passa na vida real ou na surreal. Ao lê-los tenha atenção ao que está oculto nas entrelinhas. Deixe que os versos te levem onde o vento quiser levar. A musa de meus poemas é a vida. Estejam atentos, pois as palavras são metade de quem escreve e metade de quem lê.
sexta-feira, janeiro 20
quarta-feira, janeiro 18
Marionetes
Era amor e nos
disseram que era só disfarce
A real
felicidade, incomodava aos obscenos
E nós, como
marionetes, dançávamos a girar
A estreitar as
linhas do mundo nesse abraço
E o nosso
coração batendo num só compasso
Inscientes do
tédio ou da morte que rondava
Há a verdade e
há outra verdade e o dia veio
Ora sou o
desencanto d’uma luz tão sonhada
Da sombra azul
de um céu oculto por nuvens
Da voz ausente
tão igual quanto distanciada
Dias de sol a
caminhar, como anjo nu a vagar
Desalentado
pelo recolher das asas e não ver
A copa das
sequoias a enroscar nas estrelas
As orquídeas,
tal talismãs, no verdor da selva
O segredo de
um coração confuso nos átomos
Mas sei, nada
foi irreal em nossa curta vivência
Porque te amei
antes do primevo verbo criador
Sei também me
amaste, una, radiante, desigual
Com tua
história de paz nas fábulas do existir
E por termos
sempre sido um, ainda somos dois
Mesmo que de
nós, hoje restemos somente um
domingo, janeiro 15
Tormenta
O girassol não
gira ao sol, pois o dia é de tempestades
São as
tormentas que arrastam folhas e nem é outono
Mas a poesia
não é a tempestade. tampouco o ciclone
É um quê dessa
vida que caminha num sonho púrpura
Entre
girassóis, esquiva dos pesadelos da vida e morte
No espelho da
noite há sentimentos no corpo e n’alma
As ruas
avessas da cidade exibem seu abissal encanto
E o mofo da
ausência exala o odor das flores exiladas
Onde
transitara a miséria dispersa na distância triste
Na tábua da
salvação, escrevo este poema emergente
Que os ladrões
não verão e os homens bons não lerão
Mas no azul
profundo da imensa noite virá se revelar
À insônia,
escrevo mil palavras indormidas e digo não
Relembro-a no
aroma austero da resina, o vinho tinto
Posso ouvir o
canto de paixão vindo da porta ao lado
No silvar do
vento ao ouvido, soam gemidos poéticos
Engana-se quem
dizer que só sonha quando se dorme
ou imagina
fácil transformar a palavra solta em ideias
quinta-feira, janeiro 12
Sentinela
Como eu quisera
ver o rosto do leitor animado ao ler
Estas tão
humildes linhas, momentaneamente ferozes
Rompendo
abrupto caminhos por pântanos desolados
E, ao invés de
páginas selvagens de um escuro veneno
Transitar entre
paradoxos espirituais de leitura lógica
Queria
seduzi-los, não menos, a desconfiar que o livro
Revele como
salvá-los das emanações mortais da alma
Talvez meu
poema não deva ser lido por qualquer um
Que receie
adentar ao vento, por terras inexploradas
Que fira almas
tímidas inaptas a ler este fruto amargo
Nem espero
olhos fixos, numa contemplação augusta
Como se olha ao
pai, que taciturno, espera o inverno
Que venha frio
e veloz, de algum ângulo do horizonte
O pássaro mais
velho na vanguarda, a liderar o bando
Estala o bico,
como fará a pessoa que não esteja feliz
Meus versos
oscilam insensatos entre o som e a fúria
Sonho e
realidade mesclam-se como a água ao açúcar
E são a
sentinela melancólica que alertará de inimigos
São o presságio
que há um iceberg nessa figura calma
Sugerindo
guinar a filosofia a bombordo ou estibordo
Sou mais uma
ave curiosa que esse capitão habilidoso
Sou o lado
invisível do triangulo insciente do caminho
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