Alguém
Nem sei teu
nome e já te fizeste qual turbilhão neste vazio
Tu apenas
chegaste cintilante, revolvendo a noite solitária
Sem importar
quão escuro, sombras e névoas na penumbra
Por mais que
eu não permitisse, entrastes em meus sonhos
Antes, mais e
acima que todas as pessoas ou qualquer uma
Que eu tenha
sentido próxima, ainda que um amor furtivo
Qual uma
ligação sideral, ora silenciosa, ora um relâmpago
Que arde em
mim no instante fugaz que precede o trovão
E assim vieste
nessa tempestade incompreensível, imatura
Feita de
momentos cheios de impertinências, de distância
A se
transformar nesse desejo rubro, sufocante e visceral
Que já venceu
oceanos, atravessou horizontes só por mim
Sei-me tão
imperfeitamente humano, mas saboreio o divino
Quando meu
corpo se insere no teu e me privo de pudores
Um amor
celestial, que por paradoxo, é malícia e é feitiço
Que dilacera
meus sentidos e escrúpulos a sentir teu gozo
Sei que o
amanhecer trará a dolorosa certeza da ausência
E ainda assim
sinto teu gosto em mim a alimentar a insônia
A propor
maliciosas descobertas de recônditas anatomias
Antes que um
gélido dia, sem tom e sem som venha nascer
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