quarta-feira, maio 17

Na pele




Foi um dia e nasceu como um desses dias estampados pela mesmice
Esses quais dias as vibrações vêm diluídas na aritmética cotidiana
Mas em seu ritmo interior tem oculta a ansiedade de uma chegada
Na aspiração de articular o verbo como se afina as cordas da harpa
Nessa aparência disfarçada de normalidade, nuvens ocultam o sol
Na chegada a mente atravessa a rua como fosse um abismo fictício
O dia se passa com sorrisos e amenidades sem perder seu mistério
Mas chega o entardecer e tudo flui e o caminho é pérvio e estuante
Uma labareda invisível denota a expressão que  condensa o desejo
Os olhares lançam seus símbolos que a voz, em semitom, não ousa
Nossos lábios afogueados se unem e se descobrem em atrevimento
A tarde se faz brilhar como estrela ou diamante, pedra ou explosão
E a vida renasce num abraço denso e virginal, na energia do prazer
A revelar em sua planície um envolvente perfume de rosas ao vento
É a vida conferindo novas sementes para outra vez germinar a vida
O sabor de teu hálito e o toque delicado das mãos que me escapam
E o que era silêncio se fez música, marcando para sempre o coração
Juntos reescrevemos os limites do tempo no fogo amoroso da carne
E ainda sinto a delicadeza de teu abraço, de teu beijo e de teu corpo
No aconchego de teu abraço a vida celebra a doce mística de nossas
virtudes que transformam um homem em herói e o arquétipo em mito

3 comentários:

  1. Tipo, mais sonho que realidade.. Está certo que cada um entende diferente. De qualquer forma, gostei!

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