domingo, maio 7

Onde



Nas extremidades da noite se anuncia o abandono
Onde escondemos o sorriso com cara de mudança
Mas, um empurrão amigável na beira do penhasco
É tudo do que precisa para que se sinta estar vivo

Há um vazio onde o meu coração costumava estar
Você procura o vazio? Sou bem o que você precisa
A vida por vezes é imperfeição, é escura, feia e fria
Afasta os sonhos e os seus signos e só resta o vazio

Há uma dor sem nexo, a música partiu sem adeus
Nem houve tempo para um último arrependimento
Ou qualquer artefato que fosse calar a ignorância
Toda ilusão está perdida, toda a cor desaparecida

Vejo pela janela o pássaro caído ao chão, sem vida
O mundo passa por nós indiferente, transparente
Devo cumprir meu exílio de silêncio sem lágrimas
Perfeito isolamento nas ásperas pedras da insídia

A dor que escondo não deixa marcas sobre a pele
E o que era fugaz se faz perpétuo na memória nua
De esperas intermináveis nos epistílios do inferno
Por aspirar insone ao beijo de seus lábios ardentes.

2 comentários:

  1. A dor da distância é acalentada com os sonhos vividos, sentidos...
    O esperar para o novo compatilhamento transborda a alma de alegria que volta a sonhar.
    A amizade, ah amizade, que se faz lentamente, continua, conquistada dia-a-dia, envolvendo a confiança e dissipando a discórdia acalentando o coração de esperança.

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