quarta-feira, dezembro 18

Da medida do amor


O bem querer é a sombra projetada do amor em seu rigor
Que ilumina o outro fora da teia viva das vãs convenções
O carinho que se demonstra é o catalizador da confiança
Que celebra toda a individualidade sem a dor da saudade
O amor não se presume senão do impulso que vem da raiz
Não é algo geométrico que meça a existência em números
Está nos pequenos gestos, fora dos ardis da vida cotidiana
Que se faz ouvir mesmo em silêncio, pois é princípio e fim
Está escrito nas vertentes de uma constelação encantada
Cujas estrelas luzem, tintas dos sonhos que as emolduram
O amor se perfaz de bálsamos como uma eterna primavera
Que mesmo a chegada da noite, jamais lhe ofusca o fulgor
Na brancura do luar ilumina-se o gesto leve e transparente
O amor mostra sua força ao romper todos grilhões da dor
Quando se anda pelas veredas escuras do medo da solidão
É a mão que acena, a nortear os passos incertos na dúvida
Esvaindo os rastros deixados pelas lágrimas em nosso rosto
Não, o amor não é incorpóreo, reside nos sorrisos e olhares
Germina nas carícias e se multiplica na palavra sussurrada
Faz-se imperador ao se confessar sua existência no coração

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