O bem querer é a sombra
projetada do amor em seu rigor
Que ilumina o outro
fora da teia viva das vãs convenções
O carinho que se demonstra é o catalizador da
confiança
Que celebra toda a individualidade sem a dor da
saudade
O amor não se presume senão do impulso que vem da raiz
Não é algo geométrico que meça a existência em números
Está nos pequenos
gestos, fora dos ardis da vida cotidiana
Que se faz ouvir mesmo em silêncio, pois é princípio e
fim
Está escrito nas vertentes de uma constelação
encantada
Cujas estrelas luzem, tintas dos sonhos que as
emolduram
O amor se perfaz de bálsamos como uma eterna primavera
Que mesmo a chegada da noite, jamais lhe ofusca o
fulgor
Na brancura do luar
ilumina-se o gesto leve e transparente
O amor mostra sua força ao romper todos grilhões da
dor
Quando se anda pelas veredas escuras do medo da
solidão
É a mão que acena, a nortear os passos incertos na
dúvida
Esvaindo os rastros
deixados pelas lágrimas em nosso rosto
Não, o amor não é
incorpóreo, reside nos sorrisos e olhares
Germina nas carícias
e se multiplica na palavra sussurrada
Faz-se imperador ao se confessar sua existência no coração
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