segunda-feira, dezembro 16

Utopia


Queria encontrar a palavra certa para estes dias cinzas
Para tornar explícita minha ternura, nessa vida oblíqua
Quero acreditar no sim, sem esconder as garras de robô
Quero desnudar-me para o orvalho e fazer tudo simples
Como uma prece silenciosa, pura sem dogmas ou religião
Quero que todos os acenos sejam apenas os de chegadas
Correr em direção a teu abraço mais escarlate e cordial
Quero tempos que se tenha tempo de responder como vai
Espero que os olhares importem tanto quanto uótizapes
O que o sussurro ao pé do ouvido se receite tal remédio
E que as letras “a Deus” só se escrevam, assim, separadas
Quero que na tarde sopre a mística de risos e acalantos
Quero meus fantasmas tão mais mudos e menos pontuais
Que quando se buscar lembranças não precise anestesia
Pois, não haverá dores a recordar de agora para sempre
Quero, por fim, que estejas sempre ao alcance da retina
Na ponta dos dedos, qual o melhor sonho possa imaginar
Queria te ver chegar, sem avisar, só pra me levar contigo

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