Queria encontrar a palavra certa para estes dias cinzas
Para tornar explícita
minha ternura, nessa vida oblíqua
Quero acreditar no sim, sem esconder as garras de robô
Quero desnudar-me
para o orvalho e fazer tudo simples
Como uma prece silenciosa, pura sem dogmas ou religião
Quero que todos os
acenos sejam apenas os de chegadas
Correr em direção a teu abraço mais escarlate e cordial
Quero tempos que se tenha tempo de
responder como vai
Espero que os olhares importem tanto quanto uótizapes
O que o sussurro ao pé do ouvido se receite tal
remédio
E que as letras “a
Deus” só se escrevam, assim, separadas
Quero que na tarde sopre a mística de risos e
acalantos
Quero meus fantasmas
tão mais mudos e menos pontuais
Que quando se buscar lembranças não precise anestesia
Pois, não haverá
dores a recordar de agora para sempre
Quero, por fim, que estejas
sempre ao alcance da retina
Na ponta dos dedos, qual o melhor sonho possa imaginar
Queria te ver chegar, sem avisar, só pra me levar
contigo
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