A sombra na ânsia
cega dos caminhos retrata a angústia
Que, anônima, reside
em mim em alguns dias tão difíceis
Essa é a amarga presença que este
confinamento remete
Onde o medo do desconhecido se apresenta a toda hora
Os ventos silvam lá fora erguem a poeira em redemoinhos
Parece que contam histórias, ao esgueirar-se pelas frestas
Enquanto os
vidros sacodem ao vento no mais é silêncio
Sinto-me
inerte e o cinza uniformiza todas demais coisas
Teu nome cintila
na noite como um farol nesta distância
Indicando a
estrada a caminhar, fugir do tempo invivido
Para ousar escrever
uma nova página no livro do destino
Surpreender os teus olhos distraídos neste final de verão
Mas este é só um poema feito das palavras que me cercam
As árvores, o vento, onde estará a lua nesta mesma hora?
Na penumbra
densa se escondem as estrelas desgarradas
O silêncio me indaga de ti em sussurros ao pé do
ouvido
Queria estar contigo num fim de tarde, o céu quase lilás
Sentindo nesta
minha esperança a brisa do mar no rosto
Enquanto vamos de mãos dadas pela calçada à beira-mar
E nuvens
brincam de desenhar figuras leves qual sonhos
Meu amor
urgente é a luz que instiga os íntimos minutos
Em que somos
um só na mesma paixão e seu pulsar febril
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