segunda-feira, fevereiro 1

Noite de Amor

Na negrura das sombras, movem-se as criaturas na noite

Ocultas na pulsação das águas do doce amor encantado

Encanto transmutado que brilha no segredo dos sonhos

Enquanto a voz do pássaro se perde no silêncio noturno

 

Em busca da palavra nua que nenhuma boca ousou dizer

Duas mãos se movem a seguir as borboletas esvoaçantes

Por entre quatro paredes em tempos de calor abrasador

Nas mentes elas são a morada do sonho rumo à alvorada

 

As ideias foragidas da mente vêm mergulhar acolhedoras

Nas águas amorosas da clara madrugada, n’uma vertigem

Agitam suas escamas translúcidas e seus corpos líquidos

Espalhando pelo ar o riso convulso desaguado em alegria

 

Com a paz do amor ora realizado nesse voo bailado a dois

Vem uma morna neblina que atenua os sentidos em alerta

Daquela luta de gestos, idas e vindas, de fogo e sussurros

Pois flui manso, de súbito, o rio que os levará ao amanhã

 

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