sábado, fevereiro 20

Teus Olhos

 Olho teus olhos com ternura enquanto tomas da taça de vinho

Nada se compara ao passado vazio que era antes de eu te amar

Hoje o sob o céu de veludo marinho e as estrelas como contas

Cintilam para mim intimamente nesta minha porção de pássaro

Que deu de asas para toda amargura antiga e voou novamente

O tempo já foi tão frio e distante nos espelhos turvos da noite

Ora se abriga nesse teu sorriso cordial, ainda descrente de mim

Não depreendes o quanto te quero, quanto tua luz me fascina

Saibas, pois, que te busquei pelas auroras, por uma vida inteira

Segui, esse tempo os rastros noturnos, que rescendem a jasmim

Para te descobrir, eu recluso do tempo a cada minuto da idade

Faço-os apenas minutos esquecidos, irrelevantes ao saber de ti

Os que virão, quero-os cada um tal uma eternidade ao teu lado

Olho teus olhos, penso nisso tudo enquanto a chuva se anuncia

Enquanto o céu resmunga trovões e o vento sacode as cortinas

A noite, que é a pátria da poesia, despertará estes versos rudes

Que por mais verbos que conjuguem, não dirão desta felicidade

Ou da esperança e do desejo intransferível de te querer comigo

Enquanto o espírito do vinho, reclama ao sono que se aproxime

Fito teus olhos, ainda estas distraída, faço uma prece silenciosa

Para que o brilho do amor se faça novo, na claridade do amanhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário