terça-feira, fevereiro 23

Ventos da Ausência

 Quando o vento da ausência fala do amor que se perdeu

É a dor que se avizinha pela preamar daquele que amou

Quando amor está perdido e se decreta o gris da solidão

Os desvãos da alma acendem o rubi anônimo da angústia

O silêncio dos desamparados bate súbito em nosso peito

E o copo de gim, soda e gelo se estende infinito pela noite

Se delongarmos as dores dessas perdas sob o sol das horas

No fim avançamos solitários rumo ao amanhecer adentro

Amealhando toda a esperança tão possível quanto inútil

A paz somente tem seu retorno quando se aceita a perda

Todo caminho segue o fio da estrada e toda dor é lavável

O desespero não é obrigatório na noite gélida de inverno

Traz lições de ruas antigas de pedras e vozes da infância

É na distância que se repousa o denso destino dos sonhos

Mas o que há de sublime começa à porta de um novo dia

O prazer de viver febril, reside na travessia do abandono

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário