O Todo
Anuncio aqui um poema desenraizado do silêncio
O silêncio que mais que silêncio se fez
melancolia
Na angústia
inquietante que veio com tua partida
No contraste
de quando chegaste tão lentamente
Partiste tão
de repente que não pude me despedir
Qual as ondas colidem
bruscamente nos rochedos
E se vão como
espuma branca que parte tão veloz
Partiste tão rápido
que até os pássaros se calaram
Também as
flores do jardim já começar a murchar
Mas tu
descobrirás amiúde, toda a dor da solidão
Em meio ao
festim na soturna dança dos oráculos
Ou quando se
recordar dos ritos entre arvoredos
Saberás dos
meus caminhos nas palavras do vento
Enquanto a tarde
exala um cheiro de terra úmida
Não olvides
que minha voz não estará à tua porta
Quando te
fostes, restou o desafio da melancolia
Recorda, pois
não foi fácil me desgarrar de tanto
Quando teu
nome era o único signo da esperança
Mas isso se
foi, hoje pisas entre as aves de rapina
E assim te distanciastes
das dimensões iluminadas
Se o tempo se fez teu inimigo, a mim não intimida
O poema não se faz de palavras esquivas e fugazes
Na busca celeste e límpida da germinação do jogo
A poesia não é
o meio ou a extremidade, é o todo
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