quinta-feira, agosto 1

Quando

Nem sei onde o relógio parou para contemplar eu te despir
Sei que o tempo não anda desde ver o teu corpo escultura
A lua se acanha no brilho do teu sorriso luminoso de felina
Amanheço, mas não do sonho do qual és infindo manancial
Doo nosso abraço, acima da linguagem, a construir o verso
Para não ferir as palavras, sob a maravilha de tua geografia
Nunca a vida verá beleza tão pródiga sem clamar teu nome
Nunca uma beleza humana fará como tu silenciar-me a voz
Senhoria de minha vontade entre o relâmpago e a calmaria
Estas são substâncias impecáveis nas esquinas da memória
Imagens rubras de ócio e volúpia, o manto de seda diáfana
Só o que te cobre, enquanto sorvemos o azul do horizonte
No abrigo do teu colo, nada neste mundo é dor ou tristeza
Pelas estradas de peregrino avanço mais lúcido que nunca
Porém é chegada a hora de vestir teu jeans então partires
Mergulhar na selva de concreto profunda, além do jardim
Onde semeei tuas rosas, onde sou a videira e tu és o vinho
Onde na brisa da tarde, os pássaros murmuram teu nome
Onde eu espero o relógio parar de novo por te ver voltar



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