É tão fugaz e
esquivo dar vida ao mistério das palavras
As poesias desde
sempre entranhadas em meu coração
Mas nem assim
me pertencem, assumo, mas me habitam
Numa vida que tive
tanto que andar e de me desgarrar
Inquieto-me em
poder dar ao bronze formas e essência
Súbito descubro
que ao festim foi convidada a solidão
Faço com que a melancolia seja nada mais que
desafio
Prosseguir jogando o jogo entre todas
as minhas idades
Onde os
pássaros cavalgam os ventos, acima das ondas
Abrir a janela, aspirar o campo, o cheiro de terra úmida
E recordar da brisa que se entremeia entre os
arbustos
Mesmo quando dói trilhar pelo caminho da
maturidade
Esquivando-se dos ritos, consultando signos e oráculos
Recorda hoje
as vozes de outrora baterem à tua porta
Relembra da esperança amanhã, porque nunca foi fácil
Pois aqui
estou como menino a cantar velhas
canções
A sorver o novo poema, tal quem sorve a taça de
vinho
O novo poema mais lúcido de um implacável anoitecer
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