quinta-feira, maio 16

Resiliência


Sempre nos momentos de solidão tudo é mais escuro, denso
Não faltam as perguntas de como poderia ter sido diferente
Mas, sinto o silêncio envolvente à medida que a noite avança
Vejo as árvores sendo despidas de suas folhas das pelo vento
A chuva intermitente tal qual lágrimas de um tempo distante
Saiba que compreendi todos seus medos ainda sem concordar
Haverá outra oportunidade nesta vida ou é preciso renascer?
Mas de que servem estas palavras se são só palavras ao vento
Verbos que um poeta insano sonhou em tantas noites insones
Palavras inúteis que jamais irão curar um coração que sangra
Versos inúteis, surreais frutos da vigília infeliz de uma alma só
Alma que nenhuma prece é capaz de recompor o beijo negado
Disse o cantor que é preciso talento de dizer mais sim que não
O terrível e inclemente não, ao amor, ao sorriso e aos motivos
Mas não há respostas para a ternura que se prometeu sem vir
Para essa dor lancinante do silêncio sem razões ou sem adeus
O poeta escreve, mesmo que o poema não lhe dê nova chance
E quando a morte por fim chegar para ocupar todos os vazios
Todos carregarão sua culpa, pois só se levará o que se plantou


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