O poeta é um artesão de anseios, a buscar dos
sentidos para vida
É o artífice buscando construir histórias do imo
dos sentimentos
Que não se me permita usar das palavras para
minha conveniência
Que o verso nasça do verbo vivo, espelhando a
emoção mais pura
Que não me seja usado, manejar as estrofes para
agradar opiniões
E quando falar das dores, não lhe atribua
quem as tenha causado
Pois se a luta pela vida engrandece, criticar
impregna de escuridão
Que o floreio das frases, não usurpe a obrigação
de falar verdade
Ainda que a verdade de folhas reais tenha suas
raízes na fantasia
Mesmo que não esteja no lugar comum que todos
a esperam estar
Que não se me permita engrandecer-me por ser
íntimo do castiço
Nem com ele ser displicente para não afrontar
os mais suscetíveis
A recompensa deve vir da alma, dos suspiros
mais sinceros do leitor
Pois sendo real o poema não vem da opinião
alheia, mas de teu dom
Da capacidade de tratar dores e amores como
iguais, gentilmente
Então escreve poeta, desenha no papel os sentimentos
qual letras
Porque quem te critica, não sabe fazer ou
queria fazê-lo como tu
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