quarta-feira, abril 22

Castiço




O poeta é um artesão de anseios, a buscar dos sentidos para vida
É o artífice buscando construir histórias do imo dos sentimentos
Que não se me permita usar das palavras para minha conveniência
Que o verso nasça do verbo vivo, espelhando a emoção mais pura
Que não me seja usado, manejar as estrofes para agradar opiniões

E quando falar das dores, não lhe atribua quem as tenha causado
Pois se a luta pela vida engrandece, criticar impregna de escuridão
Que o floreio das frases, não usurpe a obrigação de falar verdade
Ainda que a verdade de folhas reais tenha suas raízes na fantasia
Mesmo que não esteja no lugar comum que todos a esperam estar

Que não se me permita engrandecer-me por ser íntimo do castiço
Nem com ele ser displicente para não afrontar os mais suscetíveis
A recompensa deve vir da alma, dos suspiros mais sinceros do leitor
Pois sendo real o poema não vem da opinião alheia, mas de teu dom
Da capacidade de tratar dores e amores como iguais, gentilmente

Então escreve poeta, desenha no papel os sentimentos qual letras
Porque quem te critica, não sabe fazer ou queria fazê-lo como tu



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