Outro dia me disseste que devia dirigir meus poemas não a ti
Que devia versejar sobre a vida, o
cotidiano – juro que tentei
Mas estes meus versos que prescindem
da caneta e do papel
Insistem a descortinar tua imagem e passos,
pretensiosamente
Invadindo como a brisa da tarde que a ninguém pede licença
Movidos pela beleza de teu olhar e a meiguice de teu sorriso
O que por si, me impede de atender
apenas essa tua sugestão
Seria como tentar impedir que os
pássaros cantem no jardim
Que flores não nasçam e as borboletas
não voem nos campos
Que os passos não sejam lentos ao se
ouvir o som dos riachos
Pois deixar-me-ei navegar mesmo se tuas águas forem bravias
Contanto que me beijes suave e lentamente todas as manhãs
Pois, fiz ninhos para que pouses em minha existência por fim
Tenho as portas sempre abertas a ti e
prometi nunca fechar
Sei que esta não parece a estrada que levará para o arco-íris
Sei que meus olhos podem te parecer tão tristes e solitários
Que te fazem duvidar destes
versos, espelhos do sentimento
Mas não permitas que dúvida tire a paz
que o poema irradia
A única lista que fazes parte é do que
preciso para ser feliz
Sejas, sei lá, veneno ou vitamina, tua
presença é que importa
O que faz minha alma sentir-se singela e o meu jardim
exótico
Perdoe se não te mostro todos dias
que és a visão do paraíso
Mas cada poro meu respira a energia que o teu cerne irradia
E, sempre que houver tua presença, haverá outro poema a ti
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