sexta-feira, dezembro 11

Ópio

 Meu peito dói nessa insana insônia, de um peso intoxicante

Seria ópio ou cicuta que porventura me teria sido oferecida

Seria a proximidade do abismo que separa das verdes matas

Sabendo que a flor está sobre a relva, logo adiante, no chão

Por mais que eu aspire ao dom da sorte, a solidão me segue
A febre, o desengano e a pena de viver sendo pobre mortal

Falta-me a cor de teus lábios a brilhar para me saciar a sede
Que falta me
faz sorver um lento gole de vinho refrescante

Embriagar-me até chegar ao nada, dissolver-me até esquecer

Mas em verdade não aprenderei jamais, vou amando de novo

A mente hesita, mas o peito voa nas asas invisíveis da poesia

Onde se ouve o canto que abre janelas encantadas ao perigo
Logo terei contigo minha fada estelar a noite é suave e linda
Sinto a seiva que perfuma o bosque e suas árvores selvagens

Onde fugirei contigo entre a brisa, em meio ao musgo verde

É a estação das madressilvas e das violetas a viver tão breve
A fantasia é um véu feito de ilusão e sonhar é o meu ofício

Devo partir, minha musa me espera a música não pode parar


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