domingo, dezembro 6

Versos nus

 

Acomodo meus ouvidos em teu colo, deixando fluir a emoção

Olho teu rosto nesta meia sombra, para trazer estas palavras

Devo despir-me de pudores para te descrever em meus versos

Dizer palavras que a um só tempo te revelem e te incendeiem

Que te caiam como o orvalho, que venham do fundo da alma

Se isso se chama poesia não o sei, mas é o que tenho a te dar

Frases para que brilhem pelos céus, a esvoaçar entre nuvens

Então derramá-las num véu de chuvas, em campos primaveris

Fazer minha mão deslizar por teu corpo e tomá-lo na memória

Reconhecer nessa tua geografia mares de belezas impensadas

Mãe de todos os naufrágios dos que não podem compreender

Que a luz de teus olhos é o guia por frestas fugidias da aurora

Como arauto de um novo dia, a viver por um tempo impensado

Renasço em ti com meu coração a romper o silencio da manhã

Como assim, por todo tempo infinito em que seguirei contigo

Até a tinta dos versos se converter na noite imensa de paixão

Por todas as distâncias, sem jamais estar longe, eu te quererei

Para estrelar meus versos, como imagem do que é o meu amor

 

 

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