sábado, setembro 25

Primavera

 Muito tempo aguardei atrás da porta e as manhãs eram cinzas

As correntes enferrujadas das prisões são quebradas pelo Sol

O guardião de todas as chaves, abriu as persianas dos sonhos

Então vi a flor mais exótica no canteiro desta existência vazia

Ando extasiado pela estrada e espero os horizontes mudarem

De agrestes caminhos orlados de espinhos a verdes gramados

Escuto os coros antigos que cantam suaves canções de ninar

Sou peregrino nesta vida que ama ouvir o metal do sino tocar

Eu que enquanto poeta julguei ser rei, mas era só o jardineiro

E ser jardineiro é ser rei e ser poeta quando se plantam flores

Breve a atmosfera se perfumará suavemente, mas com esmero

Brindando pela volta das chuvas que o calendário diz que sim

Mas, os ventos lilases do inverno dizem ao flautista ainda não

A roda dos ventos sorri lentamente e faz as orquídeas dançar

Então faço bordar versos de paixão para essa musa imaginária

Criada na maciez da pétala da rosa e cor dos amores perfeitos

Minha eleita de corpo perfeito, o rosto lindo e olhos risonhos

Enfim chegada, fruto desta escrita, que emergiu deste poema

Do doce e do amargo conhecemos, mas juntos seremos um sol

Minha Helena, nenhuma musa se iguala a ti agora que te achei

Teu poeta vem partilhar esta poesia que chamei de primavera

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário