terça-feira, julho 30

Ocaso

Sigo cabisbaixo por entre lugares aos quais não pertenço
Este mundo de suspiros que calam na minh’alma inquieta
O vento de outono que sopra da serra quando o sol se põe
Assobia uma triste melodia para a beleza do cair da tarde
Meus pensamentos viajam como uma revoada de pássaros
Que vão se recolher piando queixumes em meio às árvores
Com o olhar penetro as camadas de neblina vesperal a cair
A dança da chegada da noite se repete efêmera a cada dia
Na minha solitude sigo os últimos laivos rubros do ocaso
No vazio desta jornada inglória de memórias tormentosas
Não há consolo aos heróis vencidos, só um silêncio infinito
Que se quebra somente com o estalar de passos na calçada
Enterro minhas ações em meio às folhas caídas no caminho
Meu espírito desarticulado já não reconhece o que é amor
Sacudo os sonhos, toco as flores ando pelos quatro cantos
Queria tanto situar-me onde mereço, mas só há escuridão


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