Quando
te vejo sorrir com teus dentes brancos
Entre os
teus lábios róseos, macios e brilhantes
Penso
que teu olhar se ilumina como a lua cheia
Imagem que dentro de mim
jamais deverá minguar
Pois que essa imagem dourada
é meu real tesouro
Solta os cabelos, deixa-os
brilhar sobre os ombros
Porque
és o meu sol que se levanta meio ao bosque
Teu corpo traz o calor que aquece
o meu inverno
Permanece
assim comigo até o nosso último dia
Tenho buscado em silêncio
ecos do teu coração
Como se fosse o murmúrio do
regato na floresta
Tenho lembrado em silêncio
da luz de teus olhos
Qual quem contempla enlevado
a luz das estrelas
Tenho sentido por uma vida em silêncio o carinho
Dessas tuas mãos macias a acariciar meus cabelos
Acaso exista a tal ventura
que os poetas cantam
Essa deve estar nas palavras que vêm da tua boca
Pois te
ouvindo me esqueço das feridas da alma
Já cheguei a sofrer tanto, passar por quase tudo
Aquilo que se pode sofrer de
pena e desconforto
Quais sinais logo deixarão de estar visíveis em
mim
Cicatrizes que teu amor vem fazendo desaparecer
Importa
que saibas que é minha alma que suspira
Quando sente no ar um delicado perfume de mel
Que decorre de tua presença
e de tua respiração
Penso que és tanto brilho
que o verão empalidece
No vale
das lembranças és a nascente e a vida
Tudo que
quero agora é tua presença constante
Para
poder sentar-me ao teu lado na relva macia
E cantar
uma primavera de coisas ao teu ouvido
Vou te
tomar com ternura e paixão em meus braços
Doce e irresistível como uma
tempestade de verão
Meu abraço vai te aconchegar junto de meu peito
Mostrar
que meu coração é um cavalo sem rédeas
Correndo livremente onde o
vento ondula os trigais
Eu desejo
que nossas manhãs não terminem jamais
Poesia não são as letras ordenadas,
deitadas no papel
Poesia é saber tua existência e ser objeto de teu
amor
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