quarta-feira, novembro 20

Cântico

Quando te vejo sorrir com teus dentes brancos
Entre os teus lábios róseos, macios e brilhantes
Penso que teu olhar se ilumina como a lua cheia
Imagem que dentro de mim jamais deverá minguar
Pois que essa imagem dourada é meu real tesouro
Solta os cabelos, deixa-os brilhar sobre os ombros
Porque és o meu sol que se levanta meio ao bosque
Teu corpo traz o calor que aquece o meu inverno
Permanece assim comigo até o nosso último dia

Tenho buscado em silêncio ecos do teu coração
Como se fosse o murmúrio do regato na floresta
Tenho lembrado em silêncio da luz de teus olhos
Qual quem contempla enlevado a luz das estrelas
Tenho sentido por uma vida em silêncio o carinho
Dessas tuas mãos macias a acariciar meus cabelos
Acaso exista a tal ventura que os poetas cantam
Essa deve estar nas palavras que vêm da tua boca
Pois te ouvindo me esqueço das feridas da alma

cheguei a sofrer tanto, passar por quase tudo
Aquilo que se pode sofrer de pena e desconforto
Quais sinais logo deixarão de estar visíveis em mim
Cicatrizes que teu amor vem fazendo desaparecer
Importa que saibas que é minha alma que suspira
Quando sente no ar um delicado perfume de mel
Que decorre de tua presença e de tua respiração
Penso que és tanto brilho que o verão empalidece
No vale das lembranças és a nascente e a vida

Tudo que quero agora é tua presença constante
Para poder sentar-me ao teu lado na relva macia
E cantar uma primavera de coisas ao teu ouvido
Vou te tomar com ternura e paixão em meus braços
Doce e irresistível como uma tempestade de verão
Meu abraço vai te aconchegar junto de meu peito
Mostrar que meu coração é um cavalo sem rédeas
Correndo livremente onde o vento ondula os trigais
Eu desejo que nossas manhãs não terminem jamais

Poesia não são as letras ordenadas, deitadas no papel
Poesia é saber tua existência e ser objeto de teu amor


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