Não há onde
encontrar a grande paz que se prega, longe de ti
O caos que tua ausência suscita decorre dessa não
liberdade
Desse cálculo
inexato, 0 obscuro girando vezes ao redor de si
O pássaro é capturado em pleno voo no fascínio alado ausente
Que lhe corrói
na essência e transforma o movimento em nada
É um mundo deserto,
mesmo em meio a todo o verde plausível
Não há
paisagem, mas um passo vazio e solitário, sem um rumo
Há tão só uma figura sem fala, desligada de seu cordão de
luz
O lençol do
deserto invade o poeta mudo de suas perspectivas
O que lhe resta é talhar no
escuro para descobrir alguma saída
O poeta, por fim, toma o lápis e por trás de seu abrigo de vidro
Desenha no
espaço, um mapa de voo largo, à margem do olvido
O pássaro se lança, a buscar seu cristal, a razão primeva
de ser
As horas são demais longas todas as vezes que não estás
comigo
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