terça-feira, novembro 12

Olvido


Não há onde encontrar a grande paz que se prega, longe de ti
O caos que tua ausência suscita decorre dessa não liberdade
Desse cálculo inexato, 0 obscuro girando vezes ao redor de si
O pássaro é capturado em pleno voo no fascínio alado ausente
Que lhe corrói na essência e transforma o movimento em nada
É um mundo deserto, mesmo em meio a todo o verde plausível
Não há paisagem, mas um passo vazio e solitário, sem um rumo
Há tão só uma figura sem fala, desligada de seu cordão de luz
O lençol do deserto invade o poeta mudo de suas perspectivas
O que lhe resta é talhar no escuro para descobrir alguma saída
O poeta, por fim, toma o lápis e por trás de seu abrigo de vidro
Desenha no espaço, um mapa de voo largo, à margem do olvido
O pássaro se lança, a buscar seu cristal, a razão primeva de ser
As horas são demais longas todas as vezes que não estás comigo

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