quarta-feira, novembro 13

Veneno


Há vezes intento compreender o quanto de distância queres
Pois em mim, o êxtase vive no âmago de teu corpo por perto
Minha alma acalma e meu desejo se apresenta com teu beijo
O teu seio me acalenta e me reflito em tua imagem cristalina
Mas parece que o sonho se encerra com o frio do amanhecer
E esse é o início da agonia na busca vã de tentar te alcançar
Há vezes que o veneno que nos legam, é que anestesia a dor
Pois é grande a dor da abstinência, ter que te amar de longe
Meu coração pranteia essa incerteza, futuro desconhecido
O incerto traz o negrume, a dúvida, pinta o claro em sombrio
Traz palavras duras, que de tão tortas, mal as sei pronunciar
Nessas horas eu escrevo como se dependesse disso para viver
Busco nesse pesadelo acordado escapar do que me paralisa
Fugir do monstro que me amedronta pronto para me devorar
Livrar-me da corrente que me tolhe ou do mal que me cerca
Mas quem saberia dizer, se ao ver a luz neste abismo sem fim
E se assim houvesse paz em mim, eu não deixaria de escrever


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