Nestes dias de luta solitária signos amargurados se
devoram
e nascem em mistério tomando o dorso da madrugada erma
A noite qual um negro mar aéreo é profusa de estrelas-peixe
No escuro, só o vazio com seus gritos e suas fugas sem adeus
Infecta os rostos de espanto e angústia e nem o verso decifra
Navegam em seu próprio enigma pelas águas doutro oceano
e nascem em mistério tomando o dorso da madrugada erma
A noite qual um negro mar aéreo é profusa de estrelas-peixe
No escuro, só o vazio com seus gritos e suas fugas sem adeus
Infecta os rostos de espanto e angústia e nem o verso decifra
Navegam em seu próprio enigma pelas águas doutro oceano
Visto azul e rumo meus sonhos para além do que conheço
Resisto e diviso o limiar do novo dia que virá do
horizonte
Abandono todos acessórios e empunho a pedra dos signos
Refuto sentir a dor que me habita e redesenho o itinerário
Debruço-me naquilo que irá me renascer e me revelo outro
Refuto sentir a dor que me habita e redesenho o itinerário
Debruço-me naquilo que irá me renascer e me revelo outro
Na minha voz, o silêncio é o tal paradoxo desta
madrugada
Busco me inspirar no lumiar precário que a noite
oferece
Meu verso aterrissará
no papel, qual o pássaro de agosto
Pousará entre as folhas para prenunciar a nova
primavera
Virá para colorir as auroras assinalando
0 fluir das cores
Recordar-me-á dos sinos das manhãs da infância
distante
Que inauguravam domingos tão modorrentos
de outrora
Quais vocábulos, diante dos olhos, que falam dos
sonhos
Quais líricas lembranças ficarão impressas em minha
alma
E a substância etérea desse pássaro revoado do
arco-íris
Como se dedos invisíveis os sustentasse fora das
sombras
É da negação da gravidade que
gera o desígnio de se elevar
Pois tramas trágicas do imaginário
não recriam a realidade
Veja o comentário
Escrito em 28.8.2014, só agora recuperado.
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