sábado, novembro 17

Ouro


O amor esconde nas noites, intimamente em sua lida
Um quê de alegria que provêm do fogo que o forjou
Algo como o sol nascente que inaugura a primavera
Que esboça um sorriso no rubor das faces exaustas

Nos corpos deitados antes fundidos pela própria luz
Assumem o horizonte nos perfis nus de sua silhueta
Fogo em suas almas, tornadas joviais, negam o tempo
Onde não voga a idade, apenas um anseio de infinito

O processo de evolução recriando simples pulsação
Total antítese do vazio e da dúvida em luzes e cores
Prova da existência de um paraíso sem medo ou dor
Aonde não se consentirá nenhuma nódoa á espreita

E nem haverá qualquer sombra que seja de negação
Porque o ouro escorre pelo corpo, toma os sentidos
Afasta a solidão da noite em suas puras cintilações
São os seres em movimento em seus mistérios alados

O fluxo constante desse querer supera as angústias
Faz saber que o sonho é a antecipação da realidade
E assim o amor reduz os abismos e todos os espaços
Não se sacia enquanto não reúne os polos em um só

Nesse glorioso delírio dos sentidos em magia e ação
Há quem não lhe vê juízo nenhum, tão-só desordem
Mas não é o que diz esse meigo olhar que me doma
Que faz dispensar a linguagem pelo toque das mãos

Que rompe forte as linhas do caos, mas sem pressa
Não há rumo possível senão que leve à tua presença
Juntos superaremos pânico, tempo, a febre e a dor
Pelo contato do rosto ao rosto e leveza no coração

Vencemos o mal quando admitirmos que isto é amor

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