O amor esconde
nas noites, intimamente em sua lida
Um quê de
alegria que provêm do fogo que o forjou
Algo como o sol
nascente que inaugura a primavera
Que esboça um sorriso
no rubor das faces exaustas
Nos corpos
deitados antes fundidos pela própria luz
Assumem o
horizonte nos perfis nus de sua silhueta
Fogo em suas
almas, tornadas joviais, negam o tempo
Onde não voga a
idade, apenas um anseio de infinito
O processo de evolução recriando simples pulsação
Total antítese do
vazio e da dúvida em luzes e cores
Prova da
existência de um paraíso sem medo ou dor
Aonde não se consentirá
nenhuma nódoa á espreita
E nem haverá qualquer
sombra que seja de negação
Porque o ouro
escorre pelo corpo, toma os sentidos
Afasta a solidão da noite em suas puras cintilações
São os seres em
movimento em seus mistérios alados
O fluxo
constante desse querer supera as angústias
Faz saber que o
sonho é a antecipação da realidade
E assim o amor reduz
os abismos e todos os espaços
Não se sacia
enquanto não reúne os polos em um só
Nesse glorioso
delírio dos sentidos em magia e ação
Há quem não lhe
vê juízo nenhum, tão-só desordem
Mas não é o que
diz esse meigo olhar que me doma
Que faz dispensar a linguagem pelo toque das mãos
Que faz dispensar a linguagem pelo toque das mãos
Que rompe forte
as linhas do caos, mas sem pressa
Não há rumo
possível senão que leve à tua presença
Juntos
superaremos pânico, tempo, a febre e a dor
Pelo contato do
rosto ao rosto e leveza no coração
Vencemos o mal
quando admitirmos que isto é amor
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