terça-feira, junho 11

Bailado


O relógio escorre os minutos como a areia escorre na ampulheta
A beleza escondida entre momentos dessa realidade tão agreste
Também escorre ao luar da madrugada ao som dos ventos líricos
Beijos ternos e o vinho precioso cor de rubi espalha seus aromas
Quanto sonhei com tal safra, galante, como se anseia um milagre
Tudo está diante de mim e fico imaginando o sentido da escolha
Com essa fé inabalável que dias melhores ainda poderão chegar
Olho para o céu em que milhares de estrelas cintilam silenciosas
Testemunhas de toda a verdade que as íris cegas não podem ver
É longo o caminho pelas veredas da vida, mas ainda sigo aprendiz
A cada porta que passa, há duas outras para saber-se qual abrir
À beira do rio, admiro a correnteza que contorna os obstáculos
Sem vacilar um segundo em cada decisão de mudança repentina
Sou o remanescente das tempestades, quão negras tempestades
Entre relâmpagos que riscam o passado sugerindo uma nova vida
Um novo sentido e, nesse momento, serão mais portas a escolher
Sigo com os olhos ao bailado das folhas secas que voam ao vento
Há tantos outonos o faço que acho que seguem por um caminho
Invisível aos olhos, como aquilo que realmente deveria importar
Quantos segredos frios se ocultam pelas esquinas dos caminhos
Quantas verdades silenciam pelo temor de não serem entendidas
No final, não é possível avaliar se ganhamos ou perdemos enfim
Tantas ideias à mercê que o campanário que refugia os pássaros
Reclame pelo sono ao anunciar a meia noite na torre da catedral

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Ah minha querida, muitas vezes nossa escolha de ser feliz esbarra na determinação de outros que não o querem. E por mais que não repousemos nossa felicidade em outrem, muitas das vezes nossos planos incluem outras pessoas. Dai ou você passa a acreditar que só é possível ser feliz sozinho - o que não acredito - ou que a felicidade é uma concessão do destino que não é destinada a todos e não uma escolha que se possa fazer.

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    2. nascemos e buscamos ser feliz! Essa é a essência da vida. Buscar a felicidade no outro é utópico. Primeiro necessitamos ser feliz conosco, com nossa companhia. Caso contrário como amar o proximo se minha essência está comprometida?
      Ame-se, goste de vc e de sua companhia, assim terá amor de sobra para outrem.

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    3. Sua teoria é perfeita, mas a realidade é outra. Eu sou feliz comigo, conheço minhas virtudes e meus defeitos, já me perdoei por estes e não me vanglorio daquelas. Mas como um observador da vida, sei que se o Criador nos fez - homens e mulheres - diferentes, é por alguma razão além da mera reprodução que não precisa do sentimento. Se o amor existe dentro das pessoas, essa realização depende sim do outro. Dizer que se pode ser feliz só, é negar a existência do amor físico, é acreditar que esse sentimento é inútil, é avaliar-se tão importante em si que não se precisa de mais ninguém. É assegurar que Deus errou.

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