quarta-feira, junho 12

Outra Vez


Há tempos se oculta nas trevas dos enganos dessa angústia diária
Um som sem ritmo e música, tantas lembranças sem recordações
Um profundo abismo de solidão, com milhões de risos silenciados
A fé maquinal nos enganos do passado só fez gerar novos enganos
Almas sem luz, vampiros sedentos de dor a se alimentar dos erros
Transformando em negrume o coração nos invernos do desalento
Até que nada mais vai restar da alegria dos encontros vespertinos
Até que a visão de tua chegada não seja nada mais que um delírio
Nem mais serei um pássaro que o frio da ausência queimou as asas
O som dos passos da amada são de quem se afasta e vai-se embora
Aprendi que não se pode recompor os atos de um passado remoto
Mas voar clama por muita energia a quem faz seu caminho no céu
E energia só existe quando se fecham as portas a todas as mágoas
Lançando-se no vazio azul sem medo e o brilho renovado nos olhos
Reinaugurando a voz antes perdida, para ocupar todos os espaços
Recriar no peito saudosas emoções, renascer uma vez antes do fim

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