Vive dentro de mim um poeta enlouquecido
pelas tragédias
Em luta com demônios, creia-me estão
aí, a destruir o amor
Entre amores não
vividos, sofrimentos, e sua própria tolice
Não lhe
pode avaliar o cotidiano ordinário dos transeuntes
Que passam abstratos à sua vida real, feita
de amor pujante
Todavia invisível aos olhos que escrevem na lousa do normal
Há dias ocos de palavras, de vozes
mortas, em coro desigual
Há desejos reprimidos que me ferem
tão na carne e na alma
Aceno com meus gestos inglórios de
aflições mal ordenadas
Sem jamais perder a ética por um qualquer encontro fugaz
Semeio violetas, mesmo a temer não as farei colher, amiúde
Sinto ter encontrado em ti o sonho que
a vida fez concreto
Que afinal vai começando a amanhecer num enredo surreal
Tua silhueta nua, a me sussurrar no ouvido tudo o que calas
Não é hora para arrependimentos
tardios, nunca amei
tanto
Se fosse chorar até sumir o coração, ainda teria tanto amor
Mesmo que o amanhã, entre suspiros, anuncie
a tempestade
Não haverá mais enganos, sombras ou dúvidas a conjecturar
Eu te amarei por mil vidas, pois te amar recompôs o infinito
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