terça-feira, julho 11

Estampido

Deixa que a lágrima ultrapasse a margem de teus olhos

Deixa que o som profuso das ondas do mar te acaricie

Ainda assim segue tua ronda cantando com o coração

 

Encontrar a luz do sol é apenas uma questão de tempo

Cuidar que há caminhos de paz ou caminhos de guerra

Caminhos que podem fazer do teu irmão, o teu inimigo

 

Deixa que o eco de nossos passos surpreenda na noite

Deixa a tua alma segura entre terras firmes de sonhos

Ainda assim saibas que as sombras estão em equilíbrio

 

A alvorada trará a nova claridade e a água a seu curso

Toma-me a mão enquanto o sol brota vermelho do mar

Será assim que venceremos os atalhos até o dia nascer

 

Deixa que através da noite os sonhos imolem tua pena

Deixa que o silêncio cale a tua culpa diante do olvido

Ainda assim colonizadores da tristeza falarão de amor

 

A música da noite virá a julgar teu medo, tua pobreza

Se te perdes a balbuciar nos idiomas que outros falam

A falar sem amparo ou encontrar a palavra apropriada

 

Deixa que se desvendem céus sobre vozes e o silêncio

Deixa que a sombra cubra as sendas e a transparência

Ainda assim verás homens solitários, mulheres sozinhas

 

A vida é canção inescusável é preciso ferir-se, afundar

Buscar o estampido nunca pedir perdão de ser como é

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