sábado, julho 1

Verdade

Quero o gosto de perder-me pelas veredas de minha solidão

Onde encontro a mim mesmo, no desmedido eco do que fui

Na maturação do todo o pranto e o júbilo de ser quem sou

Tantas vezes imaginei em me fazer à margem d’outros olhos

E mesmo em ouvir a melodia que agradava a outros ouvidos

Mas, o tempo veio ensinar o quanto é preciso dizer um não

Pois não há como explicar da brisa leve a quem não a sente

Nem há como recitar o verão, quando lá fora está nevando

Como sentir o perfume inesquecível, se é dia de despedida

E a nossa primavera menina, não retornará, nem por milagre

Devolvendo a beleza albergada pelo sangue e o calor da vida

Se o que há por vir é o novo inverno que a mim só emudece

E faz que o poema entorpeça, ligeiro, para depois evadir-se

Sob as ameixeiras, nas últimas flores pálidas, jaz pelo chão

Prefiro fazer-me invisível, inclusive aos mais ingênuos olhos

Seguindo a leste do paraíso, apenas no silêncio do dia a dia

Repentinamente imaginar-me referto de uma anônima magia

Renovando assim a graça da criação, saber que deus é deus

Mas há a verdade do cavalo, que branco, na campina pasta

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