quarta-feira, fevereiro 14

Esqueci

Esqueci teu nome nas voltas traiçoeiras da minha memória

Mas como não poderia se são tantas as coisas tuas em mim

O teu sorriso branco de pérolas, resplandecente, luminoso

Esteio nessas madrugadas escuras a me mostrar o caminho

Teus olhos a me evitar em meus arroubos de intemperança

Um mel de resistência meio ao pomar de doridas angustias

A tepidez esquiva de tua pele atrás de tênue cortina de ar

A aurora ilumina tua silhueta nua que recorta o horizonte

Também recordo de teus seios me apontando desafiadores

Os mamilos a me convidar, irreverentes sementes de desejo

Lembro de quando vinhas, o timbre harmonioso de tua voz

Dizendo-me que odiavas estarmos tão e tanto tempo longe

Que não importavam quais as incongruências do cotidiano

Que acordar ao meu lado dia a dia, era tua maior ambição

E eu, em meu perfil pensativo te olhava dormir nas manhãs

Vendo repousar em ti todo afeto que nos permitimos viver

Teus cabelos dourados em ondas, como campos de trigais

Dispersos sobre os lençóis refletiam toda volúpia da noite

Jamais olvidei, as curvas mais recônditas da tua anatomia

A essência mais profunda que alguém ousou compartilhar

E como recordar teu nome se és encarnação una do amor

 

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