sábado, junho 15

Rastros

A história do existir tinge a vida sob o céu antes do amor
A vida tem nos segredos, pedaços de história não vividos
Tudo passa, as eclusas do tempo trazem o esquecimento
No brando oblívio das paixões que vão ficando para trás
O que se julgava a eternidade se tornará parcos minutos
Na esperança fugidia de sentir o sopro do verão no rosto
O perfume do jasmim, rastros de noites de brilho antigo
Bebemos o destino intransferível em seus cálices eternos
Na noite tal pátria luminosa do poeta no exílio do existir
Não há horizontes à vista apenas áridas estradas insones
Aqui restamos, coração abandonado, poemas indormidos
Pela madrugada adentro ao território de mais um amanhã
O passado é uma mancha de vinho sobre a toalha branca


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